sexta-feira, 27 de maio de 2011

Show em Osasco 05/06/2011 as 19:10hs


Salve rapa do Rap, Beijos Minas da rima .....

Aqui quem rima é Big Ugli C.I. quero desejar a todos uma super Sexta-Feira e um bom Fim de Semana em nome de Jesus de calmaria e paz, porque a Rua é como ela é mesmo.....Sem dó de vc, Sem piedade, e nas Ruas de São Paulo se vc não estiver lado a lado com Deus fica complicado morô mano....Portanto, fé no redentor e vamo que vamo !!!!


Seguinte rapa, no dia 05/06/2011 nós faremos um show na zona Oeste de São Paulo, pra ser mais exato em Osasco.


Esse show reunirá alguns do nomes mais expressivos da velha escola do rap nacional como nossos amigos dos grupos:

DOCTOR MC'S, SISTEMA NEGRO, CONCIÊNCIA HUMANA, RPW, DE MENOS CRIME, BONNE DEE, RENE DO RAP, entre outros.


Clique no link e confira endereço, horário, lista completa de participantes , etc..

http://www.rapnacional.com.br/2010/index.php/noticias/domingo-dia-0506-acontece-o-mutirao-cultural-na-quebrada-em-osasco/

AVISO AOS NAVEGANTES: O nosso SHOW será exatamente as 19:10hs , ok
Nos vemos lá, firmão ?


Paz a todos
Big Ugli C.I.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dr. Dre feat Eminem & Skylar Grey - I Need A Doctor (Legendado)



Salve rapa do rap, Beijos Minas da rima....


Uma ótima semana a todos os nossos seguidores de redes sociais: BLOG, TWITTER, FACEBOOK, ORKUT, MYSPACE, HIPHOPVIDA, YOUTUBE, PALCOMP3, MSN vocês são a razão de nossa existência..... não os deixaremos sós!!!


Caso vc não conheça ainda, seguem nossos endereços de redes sociais:







MSN: filosofiaderua@gmail.com



Assistam o vídeo do Dr. Dre legendado.....


terça-feira, 10 de maio de 2011

ENTREVISTA: D.J. ALPISTE (O Inicio do Rap Gospel)

Salve Rapa do Rap, Beijos Minas da Rima

Aqui quem rima é Big Ugli C.I. e o nosso entrevistado de hoje, eu conheço pessoalmente desde 1990, quando ele foi dj do grupo GERAÇÃO RAP e logo em seguida foi dj do grupo NEGRITUDE POSSE.

Após a morte do integrante Ice Frank (meu primo) o Alpiste se converteu e hoje é a Lenda Viva do RAP GOSPEL NACIONAL. Confira as idéias do meu amigo e mano Dj Alpiste. e saiba mais sobre a caminhada desse mano que é História do Rap Nacional.


1-Salve meu mano de milianos, satisfação imensa a minha em te-lo no BLOG do Filosofia de Rua e simultanéamente no meu também. Por favor, para quem não te conhece conte sobre seu começo no movimento hiphop ?

R: Eu começei no Hip-Hop quando o primeiro disco foi lançado la nos EUA pq eu ja era DJ por aki, quando o Hip-Hop começou ja havia bailes Black pra massa em SP e eu ja era DJ profissional, então estou no Hip-Hop desde o inicio de tudo la pelo inicio dos anos 80, aconpanhei a chegada das musicas e do estilo do movimento da dança...etc.



2- Fale sobre a sua conversão ?

R: Me converti em 1992 na igreja Renascer em Cristo sede evangelizado por um amigo de infancia q tbm era DJ e ja estava no evangelho, foi uma libertação das drogas e da vida do crime com varios livramentos sobrenaturais de Deus na minha vida, meu testemunho completo esta no meu site www.djalpiste.net


3-Como era fazer RAP GOSPEL no inicio dos anos 90?


R: O inicio foi dificil pq o preconceito era muito maior mas Deus abriu as portas da Banda Kadoshi q foi quem me deu a primeira chance de rimar para o publico evangelico e consequentemente gravar uma musica para o album do própio Kadoshi em 1993.






4- Fale e enumere a sua DISCOCRAFIA ?


R: o albúm saiu em 1997 e chama-se Transfomação, tem a produção de Fabio Macari e Silvera, depois veio o Efésios 6:12 em 1999 com produção do Silvera tbm e depois veio o O Peso da Palavra em 2001 com produção do O Complo 0 Chamado Fanático saiu em 2003 com produção minha e em 2004 foi gravado o Acústico, cd e dvd, depois em 2006 gravei o cd Coisas q vc precisa ouvir ja independente com a distribuidora Leonel line e depois em 2007 tbm com a mesma distribuidora veio o cd Pra Sempre, depois em 2008 veio o cd Arrebatador e agora em 2010 o meu disco chamado: Invencivel pela gravadora Sony Music.




5-Conte como está a Divulgação do seu último CD "Invencivél" ?

R: A Gravadora Sony Music é uma das mais conceituadas no mercado e esta fazendo um trabalho fantastico com esse novo cd.


6-Fale da Importância da Santidade no Ministério ?

R: Santidade é fundamental pra se chegar a Deus, mas uma falsa santidade pode comprometer o ministério, temos q viver na verdade e pela verdade.


7-Como você se sente sendo referência para milhares de jovens no Brasil inteiro através de seu rap.

R: É uma responssabilidade muito grande mas ao mesmo tempo um chamado maravilhoso, me sinto privilegiado por fazer parte desse mover de Deus.


8-Um tempo atrás vc publicou no seu BLOG uma referência aos Fariseus, sobre os manos que falavam do seu trabalho no Rap. a perseguição a Jesus. Tem algo mais a dizer sobre o tema?


R: Acho q tudo q eu queria dizer ja disse la no meu blog www.djalpiste.blogspot.com




9-O que você escuta em casa ou no seu carro, ou no rolê ?



R: Então mano Ugli , eu escuto principalmente música Black desde R&B até o bom e autêntico Funk old school.


10-Existe Algo que você gostaria de falar e eu não perguntei ?

R: Só gostaria de acrescentar q todas as informações sobre minha vida e sobre minha carreira estão no meu site www.djalpiste.net

11-Valeu mano, Obrigado pela humildade, e deixe suas considerações e seu contatos.

R: eu q agradeço o espaço de coração a voce e a todos os mano do Filosofia...tamu junto na missão...paz.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bom Fim de Semana _Pivete e Branco (Boa Idéia)


Salve rapa do rap, beijo minas da rima....
Aqui que rima, e não desafina , e nem perde a disciplina, pois ta sempre em cima, lado a lado com us mano e as mina, é Big Ugli C.I.


Como todos já sabem, nós continuamos firmes e fortes nessa linga e estranha caminhada.


Como eu mesmo postei no meu BLOG pessoal hoje, o FiloBrothers é uma ramificação absolutamente normal e natural do Filosofia de rua e vem pra somar e escrever uma historia linda, assim como a que nós escrevemos.


Portanto, desemarra essa cara e celebre a vida !!!!!!


Assitam o vídeo da dupla fundadora do grupo PAVILHÃO 9 , Pivete & Branco da música BOA IDÉIA


Um ótimo fim de semana a todos


Deus abençoe.....


Filosofia de Rua

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dexter é um homem livre !!!!

Salve Rapa do Rap, Beijos minas da rima.....
Aqui Quem rima é Big Ugli C.I.

Confira a matéria: Dexter é um homem livre. Confira entrevista exclusiva e detalhes da viagem a Salvador

FONTE: WWW.RAPNACIONAL.COM.BR

Postado por Mandrake em 3 de maio de 2011 ás 17:33
dexterliberdade

Por Dj Branco/CMA Hip-Hop

Depois de 13 anos exilado dentro do sistema carcerário, finalmente Marcos Omena, 37, o rapper Dexter, ex-integrante do grupo 509-E, ganha a liberdade plena. Dexter recebeu a noticia às 14h, do dia 20 de abril de 2011, quando se preparava para viajar para a Bahia a trabalho. Na chegada ao aeroporto de Salvador logo a noticia, “Pó irmão to feliz ao extremo, acabei de ganhar a minha liberdade plena”, revelou Dexter.

A comemoração de sua liberdade começa no mesmo dia a noite com uma visita ao Sarau Bem Black, no Pelourinho, a convite do rapper GOG e por intermediação de Hamilton Borges e Dj Branco. Andando nas ruas do Pelourinho a caminho do evento já ouvíamos uma voz falando bem alto “Dexter está em Casa”, falava Nelson Maka, organizador do Sarau, ao chegar no local foi total emoção, o rapper GOG foi até a entrada receber Dexter e o público do Sarau foi ao delírio, muitas fotos e abraços.

Durante o evento Dexter fez o seu primeiro pronunciamento depois de liberto. “Satisfação enorme estar aqui com vocês, meus irmãos de sofrimento, de luta, de revolução, muito obrigado pelo carinho, pelo respeito, meu parceiro GOG, e hoje é um dia mais do que especial, acabamos de desembarcar a umas duas horas atrás, mais às 14h, desse dia 20 de abril, agora a gente pode passar a comemorar todos os anos no dia 20 de abril, a libertação deste que vos fala, muito obrigado pelo carinho, pelo respeito. Certamente as lagrimas derramadas ao longo desses 13 anos, hoje eu entendo que serviu para regar a árvore da minha felicidade, poder dividir isso com meu povo é muito louco, com meus irmãos, com minha família da rua, é muito louco, e eu acho engraçado, e ao mesmo tempo eu agradeço a Deus, essa data caiu justamente no dia que eu venho pela primeira vez a Salvador. De 13 anos, 10 foi ao lado de uma guerreira que dispensa apresentação, dispensa palavras, mas eu só queria dizer que mesmo com os pés sangrando, continuou do meu lado firme e forte, estendendo a mão a todo instante, a todo momento, passou fome por minha causa, quase foi despejada por minha causa, e hoje o que faço pra ela é pouco pelo que ela fez, guerreou comigo dez anos, e hoje você ta aqui amor, é porque você é merecedora e eu queria dizer que eu te amo, Patrícia Omena”, declamou Dexter. Em seguida cantou a música “Oitavo Anjo” o público vibrou.

Durante o evento GOG falou da importância do rapper Dexter para o hip-hop e o estado brasileiro.“Essa noite é muito especial, quantas vezes diante das dificuldades das necessidades, a gente sabendo que você é um parceiro que já era digno da liberdade, de estar caminhando, quantas vezes à política pública esteve distante e não tinha a mínima sensibilidade de entender que você era mais importante fora do quer lá dentro, por várias questões, passando pela econômica, mas principalmente pela espiritual transformadora, então hoje se o sistema, ele conta um a menos lá dentro, o louco é que a periferia ganha muito mais aqui, tá ligado? A guerra preta, a estratégia quilombola hoje vai ser praticada com mais sabedoria, por quer Marcos Omena, o que a periferia fez de Dexter está aqui hoje, então temos que festejar e comemorar, isso ninguém tira de nós, jamais”, desabafou GOG.

Em seguida o militante do movimento negro e da luta-antiprisional, Hamilton Borges, fez seu pronunciamento e declarou o dia 20 de abril feriado. “É muito importante isso aqui, hoje é dia de celebração, eu faço uma guerra aqui, junto com um monte de guerreiros que tem aqui, contra as prisões, nós somos anti-prisionais, e pra nós, há muita tempo atrás, eu dizia uma coisa, que a gente tinha você Dexter, sempre como nosso ídolo, como Nelson Mandela, como Malcom X, como Zumbi pra gente, continua, só que é um ídolo vivo, vivo, sã e forte para nós ajudar na luta, e pra mim o dia 20 de abril é feriado, no decorrer da minha vida, no dia 20 eu não trabalho mais, só estudo, eu queria dizer que nesse momento de celebração de amor, a gente tem que fazer uma luta contra o extermínio na cidade de Salvador, no estado da Bahia, a gente tem que fazer uma luta contra as grades, a gente não pode permitir que o governo continue abrindo cadeias, a gente não pode permitir que os lucros dos ricos sejam o nosso sangue derramado, esse que é o símbolo, valeu Dexter pela sua presença, tamo junto”,declarou Hamilton Borges.

Na sexta-feira, 22 de abril, a convite da Posse de Conscientização e Expressão – PCE – Dexter passou o dia visitando três bairros periféricos da cidade de Lauro de Freitas, vizinha a Salvador. Ele foi aos bairros de Itinga, Portão e Lagoa dos Patos, caminhou pelas ruas, fez freestyle na chuva e conversou com a galera do hip-hop da região. No sábado a tarde participou, no Teatro Vila Velha, do evento Hip-Hop em Movimento, no Vivadança Festival Internacional, como palestrante da mesa redonda Hip-Hop e Direitos Humanos – Mudando as regras do jogo, ao lado de Hamilton Borges, Dj Branco e o Secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado da Bahia, Almiro Sena. Dexter aproveitou a oportunidade para falar sobre sua carreira, experiência e visão sobre o sistema carcerário. Em seguida cantou na transmissão ao vivo do programa Evolução Hip-Hop, da rádio Educadora FM.

No domingo de Páscoa Dexter passou a manhã no Complexo Penitenciário Lemos de Brito, junto com Hamilton Borges e Drª Andréia, onde deu palestra, cantou e trocou ideia com os detentos, ele visitou três pavilhões. Para finalizar sua agenda na cidade, prestigiou a final da 4ª Batalha de Break – Evolução Hip-Hop e entregou o troféu e medalha para o campeão da batalha.

No ano de 2008 Dexter começou a cumprir regime semi-aberto, o que lhe possibilitou trabalhar fora do presídio, viajar pelo Brasil fazendo shows, palestras e participando de eventos de cunho sócio político cultural. Começou sua carreira como rapper em 1991 no grupo Tribunal Popular, que tem como padrinho Racionais MC’s, mas sua carreira só teve um “bum” em nível nacional com o surgimento do grupo 509-E no ano de 1999, no Presídio Carandiru, Pavilhão 7,”xadrez” nº 509-E, grupo o qual ele cantava ao lado do rapper Afro X. Logo lançaram o CD Provérbios 13, com faixas assinadas por Mano Brown, Edi Rock, DJ Hum, MV Bill, e arranjos de Zé Gonzalez (Planet Hemp), Marquinhos e DJ Luciano. Com uma pena menor, Afro-X foi libertado da cadeia em 2002, meses antes do lançamento do segundo CD “Depois de Cristo”. A dupla foi desfeita logo depois, mas o mito se manteve, o Oitavo Anjo, que no ano de 2005 lançou seu primeiro disco solo:Exilado Sim, Preso Não, contou com participações especiais de Mano Brown, Mv Bill, GOG, Função, Tina, Rinea Bv, Edi Rock, entre outros.

Disco que trouxe a toma o motivo real do desfecho do grupo 509-E com a música “Fênix”. O 509-E acabou por divergências dentro do grupo, a decisão de acabar o 509-E foi minha, acho que a Fênix resume muito bem o por quer que acabou o 509-E, eu nunca usei o rap para cantar mentira, sempre fui um cara verdadeiro dentro do rap e até fora dele também, sou ser humano, tenho falhas, não sou perfeito, mais alguns erros eu não costumo cometer, ta ligado? E o 509-E acabou justamente por isso, erros cometidos e o não reconhecimento desses erros, a Fênix retrata muito bem o que aconteceu no 509-E”, explicou Dexter.


PORTAL RAP NACIONAL: Dexter conta como foi ficar 13 anos exilado?
Dexter:
Na verdade, mas do que qualquer outra coisa foi um processo de aprendizado, foram anos de sofrimento, meu e de minha família mais que teve um peso relevante em meu aprendizado como rapper e principalmente como ser humano. Claro que muitas coisas foram difíceis mas acredito que todo guerreiro antes de vencer a guerra vai perder algumas batalhas, e no dia 20 agora nós conseguimos vencer essa guerra. Algumas lutas continuam e agora estamos com liberdade total para poder lutar. Antes se tinha uma mão atada um pé atado, agora como diz na gíria em São Paulo ta suave, e nós vamos vai lutar, mais como ser humano eu aprendi muito dentro da prisão com outros parceiros, eu vi o sofrimento de muita gente lá dentro, inclusive de pessoas próximas, da mesma quebrada, da mesma cor que eu, eu vi muita coisa acontecer, mais graças a deus toda a moeda tem dois lados, e eu preferir ficar com o lado melhor, eu fiz do pior o melhor, tem uma música nova que vem no meu próximo disco que eu falo isso. “Aprendi a não ignorar o pior, mais conseguir do difícil aprendizado o melhor, a minha missão no mundão recomeçou, to no verde a solta, obrigado senhor”.

RN: Durante a sua caminhada no hip-hop pelo Brasil, nos shows, palestras, o que você tira de positivo hoje que você ta na rua?
Dexter:
Pude trazer essa experiência de sofrimento para a rapaziada e continuar com meu projeto, o “Como vai seu mundo “, levando agora a perspectiva de possibilidades pra eles lá dentro, se eu passei 13 anos e com a garra conquistei a liberdade, eles também podem, e isso não só, mas meus parceiros que continuam lá no projeto, em todos os lugares, em todas as cadeias do Brasil, todos eles tem uma possibilidade, agora comigo na rua é possível dizer pra eles que existe sim uma possibilidade de ganhar a liberdade, trabalhando em prol disso, então acho que todos companheiros lá dentro tem que trabalhar em prol disso, da liberdade deles, isso é o mais importante, fica ai a experiência de poder ter lutado , acreditado, conquistado e agora mais do que nunca estar liberto, então isso pra mim é gratificante ao estremo.

RN: Muita gente diz que a cadeia é a escola do crime, qual a sua opinião sobre isso?
Dexter:
Pode ser, dependendo da ótica que se olha pode ser, o cara que entra lá por quer cometeu um crime banal, ele pode sair de lá doutorado, em crimes maiores, pode ser sim, mais também é um lugar de muita tristeza, às vezes as pessoas podem sair de lá frustradas ao extremo sem ter aprendido nada, de ruim ou de bom, essa máxima de que a cadeia é uma escola do crime ela pode ser verdadeira sim, depende de quem olha e de quem ta lá, acho que depende de cada pessoa, o que você quer para você, quando eu cheguei em 28 de janeiro de 98 não demorou muito tempo para eu entender que o crime não era pra mim, o crime de uma forma ilícita não era pra mim, embora eu ainda continue sendo um criminoso, mas um criminoso da comunicação, da informação, porque educar o meu povo, educar o meu país é dar um golpe de estado, e dar um golpe de estado em meu pais, é ser um criminoso, o rap mim torna um criminoso, mas um criminoso licito, com a liberdade de expressão com a possibilidade de poder falar para as pessoas o que é o que não é, não na intenção de ser o dono da verdade, mas a intenção de alertar pra o que pode vim ou não, o que tem que se fazer ou não também, é muito louco isso, o rap salvou a minha vida e certamente salvou a vida de milhões de jovens no Brasil afora. To aqui em Salvador, to vendo a paixão, o amor que a rapaziada do hip- hop tem pelo próprio hip hop, mano, é muito louco isso, eu to voltando nos anos 90, anos auges do rap em São Paulo, e to me sentindo aqui em Salvador um Malcom X, um Martin Luterking, um Mano Brown, um GOG, um Mv Bill, muito louco, muito louco isso.

RN: Qual a análise de conjuntura que você faz sobre o sistema carcerário?
Dexter:
Muito simples mano, não recupera ninguém, temos que trabalhar em prol de nós mesmos, individualmente falando, ou coletivamente falando, nós temos duas formas de trabalhar, agora eu acho que depende muito da onde você estar, e se as pessoas ao seu redor também querem trabalhar desta forma coletivamente, se não quiserem meu amigo, a cota é você trabalhar por se só, individualmente falando, e fazer do pior o melhor, o sistema carcerário não recupera ninguém, não existe um política de ressocialização, infelizmente, e é assim que funciona, não dar para tapar o sol com a peneira.

RN: Em uma pergunta que eu fiz anteriormente você falou que o rap salvou sua vida. Você acredita que o rap salva vidas?
Dexter
: Ô, com certeza sou categórico em afirmar, eu antes de conhecer o rap eu não sabia direito o que iria fazer de minha vida, como planejar meu futuro, o rap mim trouxe essa possibilidade, de programar as coisas de pensar melhor, é claro que eu falei também que antes de toda a vitoria certamente ira acontecer às derrotas, ter ido preso oito anos depois de ter conhecido o rap foi uma derrota NE? Mas eu também fui preso, coloquei o revolve na cinta e fui buscar um dinheiro por que eu queria gravar meu CD, o rap é tão religião para mim mano, o rap é tão influenciável, que porra, eu queria colocar o meu disco na rua de qualquer forma, eu queria que as pessoas conhecesse os meus pensamentos enquanto homem revolucionário e ai o que eu fiz, eu fui pra luta armada meu, eu precisava de dinheiro, infelizmente o mal de meu povo é o dinheiro, e a gente não tem dinheiro para fazer aquilo que a gente quer, e muitas vezes a gente acaba abdicando daquilo que a gente tem de melhor para fazer o pior, então eu peguei uma arma sim e fui atrais de um dinheiro, eu tava com o Brown produzindo meu primeiro CD, eu ainda era Tribunal Popular, eu estava com o Edy Rock, alem de ta produzindo uma musica, participando também, eu não queria perder essa chance de ter dois ícones do rap nacional no meu CD, então por algumas coisas internas que aconteceram em relação à gravadora que tava lançando nosso CD e não pode mas bancar, eu resolvi assumir essa divida no Atelier Studios, e fui atrás do dinheiro, só que eu tinha abandonado a minha profissão de cabeleireiro, a qual eu tenho muito orgulho, sou especializado em corte black, eu tinha abandonado alguns meses antes desse episodio, ai foi necessário que eu buscasse um dinheiro para poder pagar as horas de Studio e tal, e foi onde que infelizmente eu acabei sendo preso.

RN: Qual foi o seu artigo?
Dexter:
157 assalto a mão armada, embora eu tendo sido envolvido no 1.121 também, eu to falando aqui você perguntou e tal, mas isso não é gloria pra ninguém, preferia dizer que não fui artigo nenhum, mais já que fui, já que sou um ex- detento, uma ex-exilado, um crime foi cometido, esses crimes, 157 e 1.121.

RN: O que representa o 509-E em sua vida?
Dexter:
O 509-E, foi um prêmio, um troféu que chegou as minhas mãos, ai eu tive que fazer jus a esse prêmio que eu recebi, então a gente trabalhou em prol, falando de mim, da minha parte eu deu um polimento, todas as pessoas envolvidas no 509-E tiveram a sua parcela de responsabilidade dentro do grupo, eu tive a minha, e a minha foi dar um polimento, foi trabalhar em prol de um nome grandioso que nasceu no ano de 2000, o 509-E ganhou prêmios, levou a minha voz, a minha música a lugares maravilhosos, e hoje não só com o 509-E, mais com o Exilado sim, Preso Não, ai já em carreira solo, eu to podendo ver, eu estou podendo colher os bons frutos que foram plantados através das minhas músicas, tanto dentro do 509-E como em carreira solo agora , mas para definir o 509-E foi isso, foi um prêmio, um troféu que eu ganhei na minha carreira.

RN: Por quer o 509-E acabou?
Dexter:
O 509-E acabou por divergências dentro do grupo, a decisão de acabar o 509-E foi minha, acho que a música Fênix resume muito bem o por quer que acabou o 509-E, eu nunca usei o rap para cantar mentira, sempre fui um cara verdadeiro dentro do rap e até fora dele também, sou ser humano, não sou perfeito, mais alguns erros eu não consumo cometer ta ligado? O 509-E acabou justamente por isso, erros cometidos e o não reconhecimento desses erros, a Fênix, ela retrata muito bem o que aconteceu no 509-E, já hera, to ai firmão, fortão, seguindo minha carreira solo, to bem, graças a meu bom deus. O 509-E foi pra me como se fosse uma igreja, ai quando você não concorda com aquela doutrina daquela igreja, que você pode ter ficado anos, ou dias, semanas, meses, você sai fora e procura uma outra igreja com uma outra doutrina, e ai você descobre que o seu deus é o mesmo. Mesmo dentro de outra igreja, mas o seu deus é o mesmo, então essa é a metáfora que eu faço em relação ao 509-E. O 509-E pra mim era uma igreja onde a doutrina da igreja começou a me incomodar, e ai eu sair fora, e hoje eu to em outra igreja, carreira solo no caso, e to bem mano, hoje eu faço do meu jeito da minha forma, da forma que eu acredito, e é muito mais produtivo, muito bom hoje poder ta trabalhando, firme e forte na minha carreira solo.

RN: Quem é o Dexter hoje?
Dexter:
O Dexter, alem de um homem liberto, é um cara que embora seja liberto, jamais se sentirá como tal, por quer enquanto vários irmãos estiverem encarcerados, estiverem no exílio, eu também vou me sentir como tal, porque eu também faço parte dele, faço parte desta atmosfera, mas Dexter hoje é um cara feliz, um cara mas maduro, é claro que todo dia se tem um aprendizado, todo dia eu aprendo mas um pouco, mas eu sou um cara feliz, sou amado pela minha família, amo minha família também, amo minha família de casa, e a minha família da rua, e sou um cara que posso ta falando para pessoas de algumas experiências que passei nesses 37 anos, 13 deles vivido dentro do cárcere, não sou um Martin, não sou um Malcom X, mas tenho uma historia, o rap mim possibilitou isso, e mas do que tudo isso eu sou um ser humano que aprendeu com os erros, que vai continuar errando, claro, lógico que não mas com uma arma na mão, mas no dia a dia, no cotidiano comum, vai continuar errando, mas que é um cara feliz mano, e que quer falar pras pessoas de uma possibilidade de mudança, quer mostrar para as pessoas que essa possibilidade é real, esse é meu papel, eu tenho amor, felicidade de poder ta cumprindo ele, de saber que deus me dar saúde todos os dias, de levar para as pessoas esperança através de minha música, alegria diversão, entretenimento, mas também, consciência, aprendizado, enfim , esse é o Dexter hoje.

RN: Em seus depoimentos nos lugares que você andou aqui na Bahia você citava muito a importância de sua esposa Patrícia Omena em sua vida, fala um pouco pra gente.
Dexter:
Há, minha mulher é uma pessoa maravilhosa, me acompanhou 10 anos dentro do cárcere, sempre esteve lado a lado comigo, mesmo com os pés sangrando, o coração também, sempre foi uma pessoa excepcional, de muita importância em minha vida, minha base.

RN: Você conheceu a Patrícia no presídio?
Dexter:
Na verdade a nossa historia ela começa no ultimo show que o 509-E pode fazer na rua, exatamente no dia 25 de janeiro de 2001, aniversario de São Paulo, um show lá na Pedreira na Zona Sul, onde eu conheci a Patrícia, nesse ultimo show, nossa ligação começou ai, e oito messes depois após esse show a gente começou namorar, em setembro agora, exatamente no dia 16 de setembro vai fazer 10 anos que estamos juntos, ela é uma pessoa maravilhosa que me ensinou muito, claro que é um ser humano também não somos perfeitos, somos passíveis de falhas, somos seres humanos como casal, ela como mulher eu como homem, mas a gente ta aprendendo juntos, isso que é muito louco, a gente procura melhorar enquanto pessoas juntos, é uma pessoa que eu amo de verdade, uma pessoa que me ajuda a cuidar da minha imagem enquanto rapper, da minha carreira, uma pessoa que me ama de verdade, não por quer eu sou o Dexter, mas porque eu sou o Marcos Fernandes de Omena, eu também a amo muito, temos as nossas divergências enquanto pessoa, mas nos amamos e o amor supera tudo, e isso que é o mas importante, ela é uma pessoa fundamental em minha vida.

RN: Quem foram às pessoas que te deram força nos momentos que você mais precisava, que te apoiou no sistema carcerário?
Dexter:
Foram varias as pessoas, se eu for citar nomes aqui eu vou cometer injustiça, porque foram vários amigos, não tantos assim, mas para um cara que ta exilado e ter os amigos que eu tenho, eu considero vários, queria agradecer todos eles aproveitando ai o ensejo, quero agradecer todos eles por ter estendido a mão no momento que eu mais precisei, eles sabem quem são mano, eu não preciso citar nomes, tenho até medo de cometer injustiça, mas meu, diversas pessoas de diversas parte do Brasil. e eu tenho um carinho enorme por todos eles, todos eles estão em meu coração, eu queria agradecer os ensinamentos, os momentos de tristeza que eu passei e eles estavam comigo, não me abandonaram, isso é o mas importante, não me abandonaram, estiveram junto comigo lado a lado, foram vários, prefiro não citar nomes , mas eles sabem quem são.